terça-feira, 22 de maio de 2007

Chamo-me Balbina

Durante muito tempo, não tive nome. Era só a carrinha e pronto!

Até que um dia...
A minha dona sentia que chegara "a hora da verdade" e ela tinha que me dizer "adeus":
porque "comia" muito; porque começava a ter, frequentemente, as minhas "maleitas"; por "isto" e por "aquilo" ...
Foi então, que, porque ela "desabafava" a sua pena, houve alguém, caridoso e amigo, que me "baptizou": Balbina!
Gostei, sinceramente! A minha dona ainda quis acrescentar um apelido: "Purificação" Não digo que não me dê um ar mais respeitável! - Balbina da Purificação - mas, pensando bem, prefiro ser só Balbina, para os mais íntimos.

Não sei que se passa convosco, mas comigo eu confesso : é tão importante ter um nome!
Ter um nome é ser reconhecido, diferente dos outros, e ser-se reconhecido é o primeiro passo para se ser amado. Amado como único, irrepetível.
Carrinhas há muitas; Balbina há só uma: eu!

Eu já suspeitava, mas agora tenho a certeza, não só porque tudo isto me foi explicado por ela, a minha dona, mas porque eu experimentei e experimento em cada dia.
A Balbina, que eu sou, viveu emoções, ouviu desbafos, foi testemunha muda de tanta vivência...
Claro que eu não passo de um "chaço" velho, mas acho que agora que eu tenho nome, tenho até...uma certa dignidade; não por aquilo que sou, mas por aquilo que comigo se fez, por aquilo que comigo, os outros foram capazes de fazer.

Acho que a dignidade está não tanto naquilo que se é, mas no serviço que se presta! Pelo menos foi isso que me ensinaram!

Não sei qual será o meu futuro, nem quero saber.
Sou sei uma coisa: serei sempre, Balbina, ao Vosso dispôr!

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