Ela foi-se chegando, de mansinho, e entre envergonhada e determinada, pousou a mão um bocadinho enrugada, mas muito fresca no meu braço e disse, sorrindo:
Eu acho que, enquanto formos capazes de dizer "eu e tu", está tudo bem!
Olhei-a nos olhos - uns olhos bons de se olhar, como costumo dizer, e devolvi-lhe o sorriso.
Compreendi e concordei.
Como concordei!
Enquanto formos capazes de contar com os outros, com o outro; enquanto formos capazes de pensar plural; enquanto formos capazes de incluir os outros, o outro, nas nossas decisões, escolhas, projectos; enquanto os outros, o outro tiver lugar na nossa vida, enquanto lhe dermos lugar e um lugar em que se sinta em casa, está tudo bem e tudo muda.
Muda a tentação egoísta de só pensarmos em nós; muda a intransigência, a intolerância; muda o individualismo feroz.
"Eu e tu"é relação querida e vivida por Deus, que é, Ele próprio comunhão.
Naqueles olhos bons de se olhar eu encontrei o tu que me fez sentir em casa.
Estava tudo bem!
terça-feira, 29 de maio de 2007
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