sexta-feira, 4 de maio de 2007

nem sei

Tudos os anos, em cada peregrinação, há uma noite reservada à apresentação "oficial"dos participantes.

Sentados em círculo, depois do jantar, vamos dizendo o nosso nome; de onde vimos; se é para nós a primeira vez, ou se já somos "veteranos".

É sempre um momento bonito em que se gera um "quente"tempo de partilha e comunhão.
À luz fraca e difusa de velas e da iluminação duma varanda afastada, que favorece o clima de intimidade,vamos-nos ouvindo uns aos outros, devagar, sem pressas...
As expectativas dos estreantes; as certezas dos veteranos; as motivações que vão mudando, ano após ano, "ao sabor" da vida que nos vai trazendo, alegria e dor, preocupação e "sede /fome" de silêncio, paragem, tempo para procurar e ser encontrado.

Também "pé na estrada"tem vindo, ano após ano, com motivações diferentes:
primeiro começou por achar que vinha dar - apoio, ajuda, tudo o que fosse necessário...
Depois descobriu que recebia mais, muito mais do que aquilo que, eventualmente, podesse dar
Continuou a vir para dar, sabendo que iria, também receber!

E agora? Este ano? Desta vez?
"Pé na estrada", desta vez, curiosamente, nem sabe... Acho até que nem quer saber!

Quer ir, simplesmente!
Pobre, "deslavada", pequenina, frágil, sem muitas certezas, com poucas "seguranças", mas disposta a "deixar-se"conduzir.

Não quer fazer planos, quer deixar-se tocar.
Mais do que querer ir, ela quer deixar-se levar...
Não numa atitude de mera passividade, mas numa atitude de total abandono e total confiança.

Será que ela vai conseguir?


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