domingo, 21 de outubro de 2007

"peregrinação" NECESSÁRIA

Sabemos que na nossa "peregrinação" do dia a dia há troços de estrada fáceis de percorrer, mas outros, nem tanto!
Sabemos que deve haver momentos (importantes! ) para nos "encontrarmos" a sós connosco próprios, mas que a maior parte do nosso "caminho" se faz com os outros que caminham ao nosso lado: família, amigos, os que trabalham connosco e também os outros, todos os outros, os que, anonimamente, connosco se cruzam nos diversos troços da estrada- uns e outros são nossos "companheiros de jornada"; com uns e com outros é que caminhamos e que temos de aprender a caminhar...

É de um troço de estrada que me apetecia falar, um específico, um percorrido: 9h da noite - 4h e meia da madrugada, sete horas e meia na urgência de um hospital ... - troço de estrada necessário para "ver" a dor dos outros e "relativizar" as nossas; necessário para entender a "aparente" ligeireza daqueles profissionais de saúde; necessário para entender que quando, segurando um papel se chama um nome, se vai "ver" não só um "caso", mas alguém que traz consigo uma história, a sua!

Na "peregrinação" da minha vida, ainda não tinha percorrido um troço de estrada assim!
Para mim, foi necessário!!!

1 comentário:

Anónimo disse...

Pode-se iniciar a nossa peregrinação imersos na dúvida religiosa, na obscuridade vital, no desespero da existência sem sentido, longe de Deus…Tudo isso não será obstáculo para uma vivência profunda, humana e cristã, se não pusermos ao coração o ferrolho da superficialidade, da ligeireza, do orgulhoso amor próprio ou, bem pior, da trapacearia e da avidez de enganosas sensações. O êxito ou fracasso da nossa peregrinação depende se o caminhante sabe ou não adoptar a dimensão cristã do peregrino e se logra a degustar até ao final de suas possibilidades.
Os peregrinos partem deixando atrás, pelo menos durante esse breve período de tempo, todas as coisas das quais, por vontade de Deus, devem se ocupar quotidianamente: durante a peregrinação devem se ocupar de uma coisa, do que é indispensável, do que dá significado a tudo. A peregrinação deve ser o tempo em que se convive e conversa unicamente com o sentido de todo o nosso caminho humano. Por isso, como um retiro espiritual, a peregrinação é um momento em que podemos verificar a nossa vida, ver os nossos projectos com uma certa distância e distanciarmo-nos dos problemas contingentes. É possível que os exercícios espirituais ofereçam melhores condições para a concentração, no entanto, a peregrinação, também exigindo uma certa concentração, afasta-nos da tentação do egocentrismo, leva a ter em conta toda a comunidade e une cansaço e contemplação numa única e grande experiência espiritual.